domingo, outubro 22, 2006

A doce saudade

Acho que o sentir saudade é sempre uma demonstração de que algo/alguém importante se foi para sempre ou temporariamente em nossa vida. Sentimos saudades dos momentos, dos cheiros, dos gostos, das músicas, do prazer, do beijo, do abraço, da palavra doce em lugares reservados, da chatice, da ironia. Contudo, esses elementos estão sempre relacionados a pessoas amadas, pessoas especiais, pessoas que se foram para sempre ou apenas estão longe, mas que o amor as tornam sempre perto da gente.

Acho que a saudade se evidencia assim: o outro deixa seu cheiro no ar através de outras pessoas, insere uma cor caraterística ao ambiente que nos faz lembrar ela, traz um pensamento por uma música tocada, peculiariza uma comida por ter sido compartilhada de forma única, codifica um som apenas intimamente identificável aos seus ouvidos, particulariza um toque que alucina...
E o mais interessante! Acho que essa saudade é motivada involuntariamente pelo outro em nossa vida. Às vezes ele nem está pensando em nós ou nem tem vida mais entre os mortais, mas sua presença está sempre viva pelos momentos que um dia nos proporcionou, por uma palavra especial que disse, por seu jeito leve em superar momentos tristes, por nos ensinar algo que a vida ainda não tinha te mostrado, mas que fez dele mensageiro fiel...
Sentir saudade assim é transformar a dor que amarga em doce prazer do dia-a-dia, mas a imperfeição humana nos faz, algumas vezes, apenas torná-la um chocolate amargo, que nos ludibria com seu nome "chocolate", mas quando apurado, torna ácidos o paladar e a vida.
Monique Mendes

Um comentário:

Eliza Brito disse...

Nickkk, que eu possa sempre ajudar a adoçar os momentos dessa sua vida:). E que ninguém logre ludibriar seu paladar por muito tempo. te amo amiga, beijao!