Da cama pro trabalho, do trabalho pra universidade, da universidade pro cursinho, do cursinho pra academia, da academia pra cama novamente. E, quando nos deitamos, nem cinco minutos de reflexão, e já estamos babando em nossos travesseiros em sono profundo. Assim, não há tempo para ler um bom livro, escrever bons textos, discutir política, disseminar ideologias, questionar a realidade, mesmo que ela massacre todos os dias.
quarta-feira, abril 18, 2007
Sentença mortal do pensamento
Da cama pro trabalho, do trabalho pra universidade, da universidade pro cursinho, do cursinho pra academia, da academia pra cama novamente. E, quando nos deitamos, nem cinco minutos de reflexão, e já estamos babando em nossos travesseiros em sono profundo. Assim, não há tempo para ler um bom livro, escrever bons textos, discutir política, disseminar ideologias, questionar a realidade, mesmo que ela massacre todos os dias.
terça-feira, abril 17, 2007
Formalismo de guerra, informalismo de paz
Por exemplo, por que criar normas sobre “emancebados” se assim o são por não acharem necessário todo o fadigável formalismo do casamento para viverem juntos? Entretanto, com o crescimento da mancebia no Brasil, lá vem o legislador denominá–la de união estável, adaptar cônjuge por companheiro, substituir pacto antenupcial por pacto de convivência e, ainda, para igualar a problemática contratual, inserir regime de bens.
Desse modo, todo o informalismo que se buscava pelo simples ato de “juntar os trapos”, deixando o amor reger o relacionamento e administrar o tempo cai por terra, transformando tudo num contrato apenas de nome diferenciado.
Daqui a pouco, os que antes fugiam da burocracia do casamento, fugirão também da união estável, pois sempre haverá um brasileiro que buscará um meio de burlar o formalismo regulado nos códigos para viver em seu informalismo de paz.
segunda-feira, abril 16, 2007
Antinatural
Os decibéis dos motores automotores contagiam os nossos ouvidos, condenando-nos a sermos quase surdos. As imagens televisivas, coloridas e emitidas via satélites, nos fazem perder os vôos mais encantadores das borboletas, e os esgotos, com seu odor sulfuroso e carcomido, entopem nosso olfato de podridão, impedindo sentirmos o cheiro das flores, dos seres humanos e dos ventos que trazem novidades.
E, nesse universo, vangloriamo-nos do desenvolvimento. Desejamos mais os asfaltos e as “construções arranha-céus”, contentando-nos com as míseras quotas-partes de área verde arbitradas pela prefeitura de nossas cidades. Encangados uns aos outros e limitados por pedaços de terras amontoados, pagamos em dólar pelo desconforto, pela falta de privacidade e pelo aquecimento de nossas cidades.
Por isso, fazemos de nossos feriados um momento de resgate da natureza que existe
E, assim, nessa intriga entre resgatar a natureza dos “índios preguiçosos” que existe em nós e abandonar um sistema que ordena sermos produtivos para sermos felizes, é notória a disseminação da tristeza nas páginas dos livros, nos diários anônimos, nos bloggers e nos fotologs.