A sensação de vida sempre me foi presente nos momentos de felicidade. Mas, na hora da raiva, a demonstração de vida é ainda mais voraz!
O sangue percorre nosso corpo ultrapassando curvas sinuosas numa velocidade que supera a calmaria do sorriso, o brilho no olhar, o prazer das elucubrações de festa. O rubor da pele torna-se lagartixa, a visão turva e o calor dos membros se esvai!
A voz descontroladamente ecoa palavras grosseiras, a mente pensa atropelando as medidas sociais e a adrenalina ativa os sensores das verdades mais cruéis. O que tava ruminando há semanas, é definitivamente vomitando com todo seu peso, toda a carga de piano desafinado.
Cegos, atravessamos avenidas movimentadas, elaboramos planos miraculosos, desejamos a morte do adversário como se ele fosse a formiga tanajura piniquenta e desagradável num dia de piquenique no parque.
Você, que não consegue abrir uma lata de sardinha, carrega 300 toneladas, amassa todos os portões de ferro na sua frente e bate as portas quase que destruindo toda a sua estrutura de alavancas de abre-fecha.
E quando o espetáculo de menina mimada chega ao fim, a sensação é de ridícula e arrependida, mas é de se abismar, para quem observa de fora, a capacidade de demonstração de vida de uma menina magrinha, de voz doce e sem graça!
Um comentário:
mona, adorei seus textos. beijão.
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