quarta-feira, abril 18, 2007

Sentença mortal do pensamento

Ultimamente, o lema da juventude tem sido “cabeça vazia,oficina do diabo”. Analisando essa máxima, que expressa uma sentença moral, suponho, baseando-me na atitude popular, que esse provérbio deva ter surgido juntamente com a ideologia burguesa-capitalista e, não despretenciosamente, de inúmeros inferninhos que o excesso do ócio deva ter provocado nos relacionamentos humanos a ponto de torná-lo ditado popular.

Da cama pro trabalho, do trabalho pra universidade, da universidade pro cursinho, do cursinho pra academia, da academia pra cama novamente. E, quando nos deitamos, nem cinco minutos de reflexão, e já estamos babando em nossos travesseiros em sono profundo. Assim, não há tempo para ler um bom livro, escrever bons textos, discutir política, disseminar ideologias, questionar a realidade, mesmo que ela massacre todos os dias.

A quantidade de informações que nos é oferecida dia-a-dia ainda ratifica tal adágio. A falácia de que entendemos sobre diversos assuntos, sempre superficialmente, nos dá a sensação de aprendizado multifacetário, de competência, mas pouco do que lemos torna-se pensamento degustado, sólido, desenvolvido. Assim, não se criam novas ideologias, nem se reflete sobre a aplicabilidade das já existentes.

Desse modo, penso que talvez o homem contemporâneo, com seu pensamento pouco desenvolvido, tenha minorado a capacidade conceitual de tal ditado popular traduzindo-o apenas como “ocupe-se, senão serás um zé ninguém”, abandonando definitivamente a possibilidade do ócio arejar suas idéias para deixar de ser refém do uso exacerbado do Crtl C + Crtl V.

Monique Mendes

3 comentários:

Unknown disse...

Adorei e concordo piamente!!Tô tentando fugir dessa culpa do ócio e tentando fazer dele um ócio criativo.reflexivo...
Adorei!!E foi muito bom p reforçar meu pensamento atual e me dar mais força p continuar acreditadno nisso!

Anônimo disse...

é uma sintonia incrível!
esses dias tava pensando sobre isso, em escrever sobre isso!
encontrei aqui uma concordância em número e grau do que eu acho!


é, e a gente segue a vida vendo o futuro repetir o passado, nada mais se cria de útil, são tantas bobagens impensadas...


beijo, jeitosa! =*

Monique Mendes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.