segunda-feira, maio 07, 2007

Despedida


Sinto-me como um carnavalesco nato despedindo-se do mês de fevereiro. Independente dos personagens de que se fantasiou, dos amores que nos Bonfins conquistou, dos confetes e serpentinas que espalhou, sua quarta-feira de cinzas é sempre repleta de ressaca e dor.

Sinto-me como as donzelas da Idade Moderna despedindo-se de seus marinheiros. Independente dos momentos que passou, das juras de amor que escutou, dos planos que realizou, a perspectiva de futuro faltou, pois o dever de marinheiro para outro porto o levou.

Entretanto, mesmo precisando conviver com as vírgulas do porvir, mesmo combatendo a dor do inexorável fim, mesmo enfrentando a despedida e o vazio que ela traz em si, prefiro chorar o fim do que vivi a lamentar os carnavais que não me permiti, apesar de superá-los não ser tão fácil assim.

E, tentando degustar os fatos, convenço-me de que viver é batalhar com o tempo cada minuto assim, e que talvez a saída seja aliar-se ao meu tenebroso inimigo, que com seu poder, transformará a dolorosa despedida em doce saudade nos meus dias mortais com fim.

Monique Mendes

4 comentários:

Unknown disse...

REsposta ao tempo!
"Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei

Num dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos

Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer

Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder, me esquecer"

Unknown disse...

TEmpo...tempo...tempo...tempo!!

Bjos!!

Anônimo disse...

Os teus melhores textos são os recheados de sentimentos. Este é um deles, com sorrisos e lágrimas intervindo em cada parágrafo e a visão da realidade sob uma gama de palavras que se jogam num jogo fantástico.
Adorei!
aH, as despedidas são tão ruins, dói tanto! Mas a gente tem de estar pronto pra enfrentá-las sempre! Umas são previsíveis e outras que nos pegam de surpresa.. essas são ainda mais difíceis.

mas estamos aí,
brincando e brigando com o tempo.
:*

Pedaços de mim disse...

Comentei com vc no msn esses dias que odiava a saudade apesar dela ser um sentimento que eu vivia sentindo. Acho que eu nunca vou viver sem sentir saudade, ela eh presenca absoluta, companheira de viagens e das horas felizes.
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E viva a SUA SAUDADE!