quinta-feira, dezembro 06, 2007

Máquina quase humana

A ferida está aberta no peito, e nem sei qual remédio cicatriza. Também não procurei na lista de médicos conveniados do meu plano de saúde qual deles seria o especialista. Só sei que tenho me automedicado paliativamente com possíveis e raras desventuras de um corrido e produtivo dia-a-dia. Como um ansioso escafandrista, mergulho em livros, códigos e obrigações que me consomem por inteira, não permitindo, por um segundo sequer, duvidar que sou apenas uma potente e rendosa máquina.

Desafortunadamente, tenho relances de humanidade, em que minha alma pulsa e a cabeça decodifica os sentimentos em letras seqüenciais com lógica. Uma explicação quase humana, digitadas por dedos quase mecânicos, mas proveniente de um coração, inadvertidamente, longe da pedra.

Monique Mendes

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