Escrevendo a data de hoje no papel, voltei aos tempos da infância. Não simplesmente por constatar que o tempo realmente passou – e rápido -, mas porque, naquelas ocasiões, escutei que o ano de 2006 talvez não chegaria a existir.
As declarações epocalípticas, segundo os falatórios, descreviam geleiras descongelando, ondas enormes inundando cidades, fogo tomando conta de florestas e plantações, homens dizendo-se ser Jesus Cristo, bombas que transformariam nosso querido planeta água em chuvisco.
Escutando aquelas previsões, tudo se enchia de mistério, de imprevisibilidade. Calculava minha futura idade na cabeça e constatava que só viveria 21 anos. O medo tomava conta de mim, pois as histórias tinham sido interpretadas por passagens da Bíblia, não de um livro qualquer, criado por qualquer mortal.
Cá comigo pensava: não viajaria o mundo todo, não teria netos quiçá nem filhos, não teria a chance de ver meu reflexo enrugado nem meus cabelos brancos no espelho. A morte tinha data marcada para todos nós. Talvez hora também, mas detalhes sobre o assunto nem quis saber. Escolhi usar o ceticismo como meu aliado e o tempo como remédio homeopático para o esquecimento.
E graças à má contagem dos interpretadores epocalípticos, estamos aqui. Mas o medo me toma novamente: os falatórios estão se tornando notícias de jornal!
Pra que fui escrever 2006 hoje no caderno?
As declarações epocalípticas, segundo os falatórios, descreviam geleiras descongelando, ondas enormes inundando cidades, fogo tomando conta de florestas e plantações, homens dizendo-se ser Jesus Cristo, bombas que transformariam nosso querido planeta água em chuvisco.
Escutando aquelas previsões, tudo se enchia de mistério, de imprevisibilidade. Calculava minha futura idade na cabeça e constatava que só viveria 21 anos. O medo tomava conta de mim, pois as histórias tinham sido interpretadas por passagens da Bíblia, não de um livro qualquer, criado por qualquer mortal.
Cá comigo pensava: não viajaria o mundo todo, não teria netos quiçá nem filhos, não teria a chance de ver meu reflexo enrugado nem meus cabelos brancos no espelho. A morte tinha data marcada para todos nós. Talvez hora também, mas detalhes sobre o assunto nem quis saber. Escolhi usar o ceticismo como meu aliado e o tempo como remédio homeopático para o esquecimento.
E graças à má contagem dos interpretadores epocalípticos, estamos aqui. Mas o medo me toma novamente: os falatórios estão se tornando notícias de jornal!
Pra que fui escrever 2006 hoje no caderno?
Monique Mendes
Um comentário:
Perdi a crença na Bíblia há muito tempo. Acho que não é um documento em sua íntegra! E um documento que não está inteiro, real, pra mim não se torna digno de confiança.
Nunca cheguei a temer esse medo de fim de mundo, graças a Deus. Este que é minha fonte de fé, é nele que eu acredito e não em nenhum documento escrito por mortais imperfeitos.
Gostei do texto, Nique.
Mas não se preocupe, o fim do mundo será provocada pelos próprios humanos, daqui a algum tempo, siM; mas notícias no jornal são meras expectativas de outros mortais imperfeitos.
vive o presente e não pensa muito nesse futuro previsto, não!
beijo!
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