
Sinto-me como um carnavalesco nato despedindo-se do mês de fevereiro. Independente dos personagens de que se fantasiou, dos amores que nos Bonfins conquistou, dos confetes e serpentinas que espalhou, sua quarta-feira de cinzas é sempre repleta de ressaca e dor.
Sinto-me como as donzelas da Idade Moderna despedindo-se de seus marinheiros. Independente dos momentos que passou, das juras de amor que escutou, dos planos que realizou, a perspectiva de futuro faltou, pois o dever de marinheiro para outro porto o levou.
Entretanto, mesmo precisando conviver com as vírgulas do porvir, mesmo combatendo a dor do inexorável fim, mesmo enfrentando a despedida e o vazio que ela traz em si, prefiro chorar o fim do que vivi a lamentar os carnavais que não me permiti, apesar de superá-los não ser tão fácil assim.
E, tentando degustar os fatos, convenço-me de que viver é batalhar com o tempo cada minuto assim, e que talvez a saída seja aliar-se ao meu tenebroso inimigo, que com seu poder, transformará a dolorosa despedida em doce saudade nos meus dias mortais com fim.
Monique Mendes
Sinto-me como as donzelas da Idade Moderna despedindo-se de seus marinheiros. Independente dos momentos que passou, das juras de amor que escutou, dos planos que realizou, a perspectiva de futuro faltou, pois o dever de marinheiro para outro porto o levou.
Entretanto, mesmo precisando conviver com as vírgulas do porvir, mesmo combatendo a dor do inexorável fim, mesmo enfrentando a despedida e o vazio que ela traz em si, prefiro chorar o fim do que vivi a lamentar os carnavais que não me permiti, apesar de superá-los não ser tão fácil assim.
E, tentando degustar os fatos, convenço-me de que viver é batalhar com o tempo cada minuto assim, e que talvez a saída seja aliar-se ao meu tenebroso inimigo, que com seu poder, transformará a dolorosa despedida em doce saudade nos meus dias mortais com fim.
Monique Mendes
4 comentários:
REsposta ao tempo!
"Batidas na porta da frente
É o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Num dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração
É o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim
Sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro
Sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, e ele não vai poder, me esquecer
No fundo é uma eterna criança
Que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder, me esquecer"
TEmpo...tempo...tempo...tempo!!
Bjos!!
Os teus melhores textos são os recheados de sentimentos. Este é um deles, com sorrisos e lágrimas intervindo em cada parágrafo e a visão da realidade sob uma gama de palavras que se jogam num jogo fantástico.
Adorei!
aH, as despedidas são tão ruins, dói tanto! Mas a gente tem de estar pronto pra enfrentá-las sempre! Umas são previsíveis e outras que nos pegam de surpresa.. essas são ainda mais difíceis.
mas estamos aí,
brincando e brigando com o tempo.
:*
Comentei com vc no msn esses dias que odiava a saudade apesar dela ser um sentimento que eu vivia sentindo. Acho que eu nunca vou viver sem sentir saudade, ela eh presenca absoluta, companheira de viagens e das horas felizes.
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E viva a SUA SAUDADE!
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